Nem sempre eu consigo dividir sentimentos.
Sofrimento (melhor sozinho), silêncio!
P.S. Minha mãe precisa fazer uma cirurgia.
Vamos conseguir ultrapassar, confio em Deus!
Era tarde demais, tudo ultrapassou...
O jardim florido e alegre
morreu sem viço e sem cor
Gritei o teu nome mais de mil vezes.
Fantasmas, vultos, medo...
Lembranças do quase nada que tu me deste.
Hoje eu acordei a dor,
a dor dos que sofrem por amor.
Hoje eu acordei a cor,
a cor do sangue vermelho que escorre a vida.
Hoje eu acordei o desejo,
o desejo que embriaga o corpo de prazer
e depois dissolve.
Lambe as minhas pernas,
se queres descer, pois bem, que desça.
Se queres subir, que subas,
mas lambe com carinho
as pernas que imaginei entrelaçadas
no teu pescoço... (a) perto.
Ninguém poderia amar como nós dois.
Longe do que é real, fantasia...
da tua gata:
Anna
Quando a suprema dor muito me aperta,
se digo que desejo esquecimento,
é força que se faz ao pensamento,
de que a vontade livre desconcerta.
Assi, de erro tão grave me desperta
a luz do bem regido entendimento,
que mostra ser engano ou fingimento
dizer que em tal descanso mais se acerta.
Porque essa própria imagem, que na mente
me representa o bem de que careço,
faz-mo de um certo modo ser presente.
Ditosa é logo a pena que padeço,
pois que da causa dela em mim se sente
um bem que, inda sem ver-vos, reconheço.
Luís Vaz de Camões
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões
Sempre a Razão vencida foi de Amor;
mas, porque assi o pedia o coração,
quis Amor ser vencido da razão.
Ora que caso pode haver maior!
Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração:
que perde suas forças a afeição,
por que não perca a pena o seu rigor.
Pois nunca houve fraqueza no querer,
mas antes muito mais se esforça assim
um contrário com outro, por vencer.
Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
não creio que é razão; mas há-de ser
inclinação que eu tenho contra mim.
Luís Vaz de Camões